quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Futuro do pretérito (devaneios tortos)

Se tivesse se demorado mais um pouco nos fundos, era assim que pensava pra amenizar o desencontro, mesmo tendo existido um encontro antes e depois dos fundos. Antes com a distância e também de certa forma junção de melodias, depois com tamanha embriaguez que pensa não ter dito nada que preste, e no TIVESSE poderia ser bonito, ele estava tão lúcido e dentro de si, ela tão fora e tão dentro, ia de um ponto ao outro em minutos, mas como aquelas coisas inacabadas,
ela foi, ele vinha, e assim um quase nada.
Mas agora realmente no SE TIVESSE, agora em seus sonhos: ela podia ter se demorado mais nos fundos, pegado uma bebida e sentado, olhando aqueles postes desenhados na parede, enquanto isso ele viria, pediria uma bebida e conversaria um pouco com a moça do balcão, mas pensando se iria até a menina com uma flor entrelaçada nos fios do cabelo e de um falso olhar perdido, vago, ele então iria até ela, primeiro olharia o que a menina olhava, faria algum comentário(ou nenhum), ela o convidaria a sentar, ele olharia pra trás e sim, sentaria, iriam conversar sobre qualquer coisa pra prolongar aquele momento que estavam vivendo, pois haveria um brilho, embora fingissem não enxergar e tentassem guardá-lo num pote, mesmo sabendo que não havia pote algum.

Essa é a imagem que ela guarda desse TIVESSE: eram dois, um menino lúcido e uma menina com uma flor vermelha nos cachos, vivendo, sentados nos fundos de um bar, rindo, levemente agudos...









'nunca mais viveu o que sonhou'

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