sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Era tudo o que eu tinha
Mentira
Ele não era tudo o que eu tinha
Talvez fosse tudo o que eu não tinha



E antes, e depois, e entre
Dentro, fora
Despedaçados e com laços
A melodia chegando e calando nossas vozes
A saliva secando
A poesia vadiando
Debaixo da laranjeira, a menina adormecia
A mão coçava compulsivamente a face
Que havia sido picada por algum inseto
Tinha a bochecha vermelha e transpirava bastante
O sol lhe batendo na pele
Parecia ter sabor de canela
Talvez, por sentir isso, ela despertou
Entre o sonho e o desencanto
Coçou os olhos e saiu andando
Como se tivesse destino
E foi pra dentro, pra antes, entre e depois
Enfim fora

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Os meus versos escassos
Sem sangue, sem comunhão

Nem pão


O meu amor esgotado
Sem crença, sem paixão
Nem perdão
A minha palavra murmurada
Sem eco, sem razão
Nem padrão
O meu suor desbotado
Desmanchado, apagado
Que toma a palavra em vão
Sem sabor, sem intenção
Nem emoção