quarta-feira, 24 de junho de 2009


Quando eu me vi,
sem mais pisar,
pensei estar voando,
mas estava saltando.
Sim saltando do penhasco
do meu interior
para dentro do teu
Restou algo bom?
Depois que nos seguramos,
nos abraçamos, nos secamos,
nos amamos, nos matamos
Sim, restou.
Sobrou o gosto amargo,
o sublime
Restou a poesia
que vadia dentro de mim
Restou você pequeno
um eu grande
o tom mais baixo
o mar raso
e toda profundeza de ser,
sim de ser

Eu sempre desejei esbarrar com outro eu, só pra poder compartilhar toda minha estranheza, poder espalhar toda a minha loucura e tentar entende-la, ouvir meu riso em outro tom...
E de repente conheço você, que não é eu, é mais que eu, é menos, é nada. Ah, que vontade de me fundir a você, de me conhecer mais, de lhe conhecer tanto... Pode ser um desejo egoísta, mas seremos duas partes que se desgastam, até restar só pó, mas quem disse que não poderemos cheirá-lo?