traguei-me, o cigarro também, naquele instante infinito no que era dele, pensei, o que mais poderia fazer, pensar não me escapa, por mais que eu queira. No meu devaneio veio você
me visitar, nem nas portas soube bater, entrou direto, com passo firme como se contasse alguma história que niguém podia ouvir, olhei bem pra você, fotografei cada expressão como se fosse única, e soltei com toda leveza, você continuou, não desprendeu, tentei e tentei deixar você levitar com a fumaça, mas você não me abandona, não me deixa, (eu), sei que pensar em você, é deixar pra depois, pois o agora, a hora, não nos pertence mais, calma, não se inquiete, não saberia explicar, mas de sentir sei muito, e nosso tempo chegará. Depois o que fizermos dele, eu não ligo, pois meu cigarro já acabara, mesmo antes de eu lhe tocar.
domingo, 26 de julho de 2009
sábado, 25 de julho de 2009
felicitações ao mestre
sei que o tópico que me absorve nesse mundo insano, trata-se de algo que não rejeito nem por um segundo, um instante se quer, sei que o que me atrai é tudo aquilo que me trai,
que me deixa só completamente, e assim amiúde ei de profanar toda minha alegria de ser, agonia também, pois ser não é fácil. Mas deixemos o ser de lado e pensemos no você, sim em você, que eu bem quero, que eu mal quero, que eu não quero, querendo tanto, que me agoniza, me profana, me goza na cara, todo o seu líquido sórdido, impuro, mórbido, cheio de prazer, me cospe ele na cara, ou no fruto bendito, seja onde for, é dele que posso rir, ele que me deixa contente, pois o poder que detenho sobre ele é inabalável, ele me pertence, até a última gota, vai até o meu ventre, levar o que não nascerá, eu o sinto como chama, te desejo dentro de mim, mas também posso te desejar fora, porque tua não sou, nunca serei, pois me empalidece pensar que seremos um só, ou que possamos tentar ser. Se te desejo, todos os instantes, todos os momentos de súbito gozo, de pura imaginação, és em mim tudo que eu sempre quis ter, desejo estranho, sinto lhe dizer que seja talvez quando estivermos nós dois num quarto, pintado de silêncio, moldado em fervor, mesmo ali, meu desejo deve se esvaziar, se liquidar, pois desejo o indesejável, o intocável, o amante eterno, a paixão platónica, se te quero, quero muito, treino meu ridículo e censurado teatro, treino meus pontos, todos eles, que quando são descobertos soltam exclamações, te quero bem, bem longe, pra poder a cada dia sonhar contigo, e quando pudermos nos encontrarmos, no momento que estivermos preparados para nos desgastarmos, virarmos pó, te convidarei a cheirá-lo, e quem sabe poderemos viajar por águas mais brandas. Lembre, me levaras contigo, essa promessa nunca esquecerei, sou tua até o instante que a gota de orvalho será banhada pelo sol, até ela evaporar, sou tua neste instante, pra sempre nele, me toma, possui enquanto pode, pois num outro momento você pode ser meu, e quem sabe o sol deixe de brilhar e eu possa te ter pra sempre, talvez o sol esqueça de brilhar, mas o pó um dia irá se acabar e tomara, tomara que acabe, eu sei que você também quer assim, quem desejaria a eternidade, se já a tem.
que me deixa só completamente, e assim amiúde ei de profanar toda minha alegria de ser, agonia também, pois ser não é fácil. Mas deixemos o ser de lado e pensemos no você, sim em você, que eu bem quero, que eu mal quero, que eu não quero, querendo tanto, que me agoniza, me profana, me goza na cara, todo o seu líquido sórdido, impuro, mórbido, cheio de prazer, me cospe ele na cara, ou no fruto bendito, seja onde for, é dele que posso rir, ele que me deixa contente, pois o poder que detenho sobre ele é inabalável, ele me pertence, até a última gota, vai até o meu ventre, levar o que não nascerá, eu o sinto como chama, te desejo dentro de mim, mas também posso te desejar fora, porque tua não sou, nunca serei, pois me empalidece pensar que seremos um só, ou que possamos tentar ser. Se te desejo, todos os instantes, todos os momentos de súbito gozo, de pura imaginação, és em mim tudo que eu sempre quis ter, desejo estranho, sinto lhe dizer que seja talvez quando estivermos nós dois num quarto, pintado de silêncio, moldado em fervor, mesmo ali, meu desejo deve se esvaziar, se liquidar, pois desejo o indesejável, o intocável, o amante eterno, a paixão platónica, se te quero, quero muito, treino meu ridículo e censurado teatro, treino meus pontos, todos eles, que quando são descobertos soltam exclamações, te quero bem, bem longe, pra poder a cada dia sonhar contigo, e quando pudermos nos encontrarmos, no momento que estivermos preparados para nos desgastarmos, virarmos pó, te convidarei a cheirá-lo, e quem sabe poderemos viajar por águas mais brandas. Lembre, me levaras contigo, essa promessa nunca esquecerei, sou tua até o instante que a gota de orvalho será banhada pelo sol, até ela evaporar, sou tua neste instante, pra sempre nele, me toma, possui enquanto pode, pois num outro momento você pode ser meu, e quem sabe o sol deixe de brilhar e eu possa te ter pra sempre, talvez o sol esqueça de brilhar, mas o pó um dia irá se acabar e tomara, tomara que acabe, eu sei que você também quer assim, quem desejaria a eternidade, se já a tem.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
de nada em nada, nada permaneço
acordei meio vermelha hoje, machucada por todos os lados, braços arranhados, cabelo embaraçado, olhos envergonhados, e um pedaço roubado, havia um vazio em mim, que me tomou pela manhã inteira e parte da tarde, com ele veio o desespero, não sabia onde havia deixado o que lhe preenchia.
mas por favor, me esgotei de definições, elas me cansam, não quero saber o que eu sinto, o que você sente, o que nos une, pouco importa, um dia fico sabendo, não tenho pressa, não tenha. ah sim, o vazio, ainda permanece, mas ele me pertence, ele é o meu vazio, só meu, mas ainda não quero defini-lo, vou deixar pra mais tarde, pra depois das xícaras de chá, ou do café com leite, penso nele depois, no momento só quero saber se minhas meias secaram... e que cor faz agora, que cores são?
mas por favor, me esgotei de definições, elas me cansam, não quero saber o que eu sinto, o que você sente, o que nos une, pouco importa, um dia fico sabendo, não tenho pressa, não tenha. ah sim, o vazio, ainda permanece, mas ele me pertence, ele é o meu vazio, só meu, mas ainda não quero defini-lo, vou deixar pra mais tarde, pra depois das xícaras de chá, ou do café com leite, penso nele depois, no momento só quero saber se minhas meias secaram... e que cor faz agora, que cores são?
segunda-feira, 6 de julho de 2009
"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver."
Caio Fernando Abreu
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